Diagnóstico
Como é feito o diagnóstico do COVID-19 no Laboratório de Diagnósticos Moleculares do campus de Rio Paranaíba?
O Laboratório de Diagnósticos Moleculares da UFV, campus Rio Paranaíba fará o diagnóstico de COVID-19 através do método de RT-PCR (Reverse Transcription Polymerase Chain Reaction ou em português, Reação em Cadeia da Polimerase com Transcrição Reversa). Este método é bastante seguro e eficiente, já que localiza partes do material genético do vírus junto ao do paciente.
Alguns vírus como o coronavírus, em especial o SARS-COV2 (vírus causador da COVID-19), possui como material genético a molécula de RNA. O vírus é composto pelo material genético envolto por uma capsula de proteínas e lipídios, necessitando da maquinaria das células hospedeiras para se multiplicar. Ou seja, o vírus precisa inserir seu material genético nas células hospedeiras, é um parasita celular obrigatório.
Nós já conhecemos a sequência completa do material genético do SARS-COV2 e com a ajuda da técnica de RT-PCR podemos identificar partes dessa sequência junto ao RNA do paciente. São construídos, em laboratório, primers que são sequências pequenas de DNA complementares a sequências específicas do material genético do vírus.
No hospital, pacientes com suspeita de COVID-19 tem o material das vias aéreas superiores coletados com o swab (haste de plástico com um material de nylon na extremidade). Este material é levado ao Laboratório de Diagnósticos Moleculares da UFV, campus Rio Paranaíba, e o RNA total (tanto do paciente quanto do vírus, se esse paciente for positivo para COVID-19) é extraído por profissional capacitado com o auxílio de kits de extração de RNA viral. Após esse procedimento, o RNA do paciente é adicionado a regentes específicos e aos primers para o processo de RT-PCR que ocorre em um aparelho chamado Termociclador de PCR em tempo real, que, como o próprio nome diz, faz a ciclagem de temperaturas para funcionamento da enzima DNA Polimerase.
A reação acontece da seguinte forma:
- O RNA total do paciente é incialmente transformado em DNA, também chamado de DNA complementar ou cDNA por uma enzima específica, a Transcriptase Reversa.
- Inicia-se então a próxima fase na qual a enzima DNA Polimerase faz milhões de cópias de partes do material genético do vírus utilizando os primers construídos em laboratório. Como esses primers são complementares a sequências específicas do material genético do vírus, apenas aqueles pacientes que tiverem o vírus em seu corpo terão essas sequências produzidas.
- Quando essas milhões de moléculas são produzida pela DNA Polimerase, reagentes específicos, fluorescentes, são ativados na reação e essa fluorescência é captada pelo Termociclador para PCR em tempo real. Portanto, é possível acompanhar, em tempo real, a multiplicação dessas sequências específicas do vírus durante a reação.
- Após o término dessa reação, os dados são analisador por profissional capacitado.
Quando a fluorescência não é detectada pelo aparelho após vários ciclos de ação da DNA Polimerase, o paciente tem seu diagnóstico negativo para COVID-19, uma vez que não houve a detecção do material genético do vírus junto ao material genético paciente. Entretanto, quando a fluorescência é detectada, o paciente tem então um diagnóstico positivo para COVID-19, pois, foi encontrado o material genético do vírus junto ao do paciente.
Este é um método muito seguro e é possível diagnosticar a COVID-19 no início da infecção do paciente. Dessa forma, caso o pacientes seja positivo, medidas de isolamento são determinadas pelos profissionais de saúde, tanto para o paciente quanto para seus familiares, evitando assim, a contaminação de outras pessoas. Em casos mais graves, o paciente pode ser hospitalizado e permanece em isolamento no hospital até a melhora do quadro.